quinta-feira, 23 de maio de 2013

Te amo ou te odeio?


 
Na adolescência nosso corpo vai mudando, tem hora que temos a impressão de sermos seres mutantes, sem nos perguntar vamos virando outra pessoa, eu que era criança, vou virando adulta. Em alguns casos sou criança demais, no outro me chamam de crescida. E aqui no meu coração então? Está tudo tão indefinido... Será que te amo ou será que te odeio?

Nas reflexões de Mara, no romance Livremente Mara, ela diz assim: “Sou uma essas nuvens informes e infelizes. Infeliz não; apenas triste, pois infeliz é uma palavra muito forte, dá a impressão de estabilidade. Estar triste é apenas uma fase mutável. Infeliz já é um estado de espírito; o meu oscila entre o feliz e o triste. Sou uma mistura maluca de uma porção de sentimentos: o tempo todo. Difícil eu poder dizer se sou feliz ou triste. Tudo depende do momento exato em que faço essa pergunta. E, assim mesmo, o sentimento pode se modificar logo que eu me responder. Por isso, sou como essas nuvens, que são informes, tão carentes de definição. Justo eu que quero definir tudo.” [1]

          O que queria mesmo era dormir e acordar adulta, tudo prontinho.  Carreira boa, corpo formado, e queria também um amor, alguém para ficar juntinho pra sempre. Será que tudo isso ainda vai me acontecer?



[1] Souza, Raquel de. Livremente Mara. Edições Alba. 2010.

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